17/11/2013

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18/12/2009

Setor de carnes "louva" mercado interno

Se fosse para resumir 2009 para o setor de carnes, duas palavras diriam bastante: mercado doméstico e consolidação. No ano em que a crise financeira internacional fez secar a demanda de países importadores e precipitou fusões e aquisições no setor, o consumo de carnes pelos brasileiros cresceu. Renda maior e preços mais acessíveis ajudaram, mas o maior consumo também refletiu o cenário adverso lá fora. Com exportações menores - em parte por conta do câmbio valorizado - , a disponibilidade de carnes (bovina, de frango e suína) aumentou no mercado doméstico. E os brasileiros consumiram mais.

A expectativa é que devem continuar a fazê-lo em 2010. Num ano de eleições e Copa do Mundo, indústrias e analistas acreditam que o consumo doméstico seguirá aquecido. Já para as exportações, a esperança é de recuperação das vendas ainda que os sinais de melhora do mercado internacional sejam incipientes. De fato, não há euforia, mas ninguém quer acreditar numa repetição de 2009, quando as carnes produzidas no Brasil perderam preço e espaço no mercado internacional.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, acredita que 2010 será um período de recuperação, depois da queda de 25% das receitas, para US$ 3,740 bilhões e de 12% nos volumes este ano, para 1,139 milhão de toneladas. Ele defende medidas para evitar a apreciação do real, o que tira a competitividade da carne brasileira. "Os clientes devem retomar as compras, mas lentamente", afirma. Para Giannetti, haverá aumento dos volumes, com preços um pouco melhores do que os vistos este ano.

Na carne bovina, tanto quanto a crise financeira global, que reduziu o crédito nos países importadores, também pesaram as restrições da União Europeia (UE). Boa parte do que se deixou de exportar foi em razão das exigências da UE, que desde o começo de 2008 só aceita carne resultado do abate de bovino rastreado de fazenda certificada.

O Brasil quer que a UE flexibilize as exigências, mas, por enquanto, o bloco não parece disposto a fazer mudanças. Ainda assim, Giannetti acredita em flexibilização, o que ajudaria na recuperação dos preços no mercado europeu. "Eles vão precisar da carne brasileira", avalia.

O executivo também vê perspectivas positivas das exportações para China e Chile - este último, um mercado que esteve fechado durante dois anos, mas que deve retomar o posto de grande cliente do Brasil. Já a Rússia, um dos países mais afetados pela crise global e importante mercado para a carne brasileira, deve continuar dando dor de cabeça, admite o dirigente.

A verdade é que as exportações ainda geram dúvidas, mas para o mercado interno o cenário parece melhor definido. O consumo per capita de carne bovina, que este ano ficou entre 33 e 34 quilos - bem acima dos 30 quilos de 2008 - deve continuar firme, segundo José Vicente Ferraz, da AgraFNP, autor das estimativas.

"As exportações [de 2010] devem ser parecidas com as deste ano, mas o consumo interno deve ter força pois há previsão de crescimento econômico", diz.

O cenário previsto para o frango não é muito diferente. "Não vejo modificações [para 2010]. No México, dizem que a crise dura dois anos, na Rússia que está apenas começando", comenta Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango (Abef). A Rússia é um mercado importante para o frango brasileiro e o México ainda precisa ser conquistado.

Ele não descarta uma redução nos ritmos de produção e exportação na avicultura "se continuar assim", ou seja, um cenário de real valorizado e demanda internacional hesitante. Até novembro, as vendas externas de frango do Brasil somaram 3,320 milhões de toneladas, 1,74% a menos do que no mesmo intervalo de 2008. Mas o tombo na receita foi muito maior, de 19,6% para US$ 5,272 bilhões.

Os exportadores conseguiram este ano chegar a mercados novos, como África do Sul, Iraque, China e Chile, e a tarefa para 2010 é buscar outros dez, segundo Turra. Entre eles estão a Índia, com a qual o Brasil já tem acordo sanitário, mas que impõe um tarifa de 100% nas importações. Há ainda Indonésia, Paquistão, Malásia e Nigéria.

Turra também acredita num mercado interno aquecido no ano que vem. Neste ano, o consumo per capita já aumentou, segundo estimativas da Apinco - Associação Brasileira dos Produtores de Pintos de Corte.

Os números de produção e exportação disponíveis na avicultura mostram uma pequena redução, entre 2008 e 2009 (de 39,7 quilos para 38,4 quilos per capita), mas José Carlos Godoy, secretário-executivo da associação observa que cerca de 200 mil toneladas de frango de estoques de 2008 acabaram sendo "transferidos" para este ano. A razão para a formação dos estoques foi a grande produção de frango no Brasil e a crise, que derrubou as exportações. Assim, o consumo doméstico deve ter superado o do ano passado.

Consumo doméstico também foi o que salvou a carne suína este ano. "Em anos de crise no mercado externo, o mercado interno é alternativa", afirma Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). As exportações até novembro somaram 564,7 mil toneladas, alta de 13,3% sobre o mesmo intervalo de 2008. Mas como a produção cresceu e houve estoques remanescentes de 2008, a disponibilidade interna aumentou e o consumo per capita deve fechar em 13,8 quilos, 400 gramas a mais que no ano passado.

Camargo Neto crê que o mercado interno deve continuar firme, mas não espera grandes mudanças no front externo, a não ser uma pequena melhora nas cotas para a Rússia. Há também perspectivas de abertura dos mercados das Filipinas, Vietnã e União Europeia.


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18/12/2009

FIESP

Governor Tim Pawlenty meets with Roberto Giannetti da Fonseca, General Director of FIESP, and members of the FIESP Executive Management Team in Sao Paulo, Brazil. FIESP is the largest business association in Brazil representing the interests of more than 150,000 businesses. The meeting was an opportunity to learn about the business environment and opportunities in Sao Paulo State and to explore how FIESP can assist Minnesota companies looking for business partners -- December 7, 2009

 


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15/12/2009

Embraer to double sales in the Country

O Estado de S. Paulo

With an eye on the good activity of the domestic market, driven by the increases in income, employment and credit, the industries have decided to redirect the focus of their businesses onto the local customers. With that, they bypass the problem created by the expensive Real that hinders exports and the external demand that is still under the effects of the international financial crisis. "Several industries are redirecting their production that used to be exported to the domestic market, when such is possible", says the Director of Foreign Trade the Federation of Industries of the State of São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca.

Aircrafts manufacturer Embraer will more than double the participation of the domestic sales in its earnings this year. In 2008, the domestic market was responsible for 4% of its earnings of US$ 6.3 billion. This year, the slice of the domestic sales will be nearly 10% of projected earnings of US$ 5.5 billion.

 "The sale to the domestic market of US$ 530 million is the biggest nominal figure of the history of the company", says the Financial, Executive Vice President and Investor Relations Officer Luiz Carlos Aguiar. The officer stresses that 90% of sales are bound overseas, but the sales of aircrafts for two new clients, Azul and Trip airlines, have been a bolster shot to the company.

Azul ordered 36 aircrafts, with delivery until 2013. Trip purchased five aircrafts. "The domestic sales still do not make up for the losses in the foreign market, but the setting of the international air transportation should only react in 2011".

Another piece of data that shows the significance of the domestic market in the performance of industry is the Exportation Coefficient, an indicator created by the Fiesp. The index measures the participation of the external sales in the industrial production. Until September, exports were responsible for 21.6% of the production of the industry in value. It was the third consecutive fall. In 2006, the slice of the exports in the industrial production amounted to 23.7%. In 2007, it fell to 23.5%, and in 2008, to 22.1%. "The trend for 2010 is that this indicator should remain below 20%", foresees Giannetti da Fonseca.


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08/12/2009

Setor rural perde com câmbio e preços

Informações do jornal O Estado de S. Paulo, nesta segunda-feira, 7, apontam perdas para o setor rural com a atual política cambial, conforme segue: 
O câmbio deixou de ser um problema apenas da indústria e os produtores rurais se juntaram ao coro de reclamações contra o real forte. Sem a ajuda dos preços internacionais recordes de antes da crise, a valorização da moeda prejudica a rentabilidade das exportações agrícolas. Depois de três anos de bonança, o setor agropecuário experimenta queda da remuneração em moeda local. Os preços em reais das exportações agrícolas cederam 14,5% entre junho e setembro, diz o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em relação a setembro de 2008, antes da crise, a queda é de 11%.
O câmbio anulou os ganhos da recente recuperação das commodities, que voltaram a subir com o início da retomada da economia global. Enquanto os preços em dólares das exportações agrícolas avançaram 6,3% no terceiro trimestre, o real se valorizou 19,6% em relação às moedas dos principais parceiros do agronegócio.
Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, se o câmbio ceder abaixo de R$ 1,60, muitos setores agrícolas "ficam no vermelho". O câmbio limite, que zera a margem de lucro, está, por exemplo, em R$ 1,71 para os exportadores de frango. "Se o agronegócio, que é a menina dos olhos, está nessa situação, imagine o resto", disse o diretor de comércio exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca. O setor agrícola garante o superávit da balança comercial brasileira. 

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08/12/2009

Fiesp vai propor intervenção cambial ''aceitável''

Para representantes da indústria paulista, dólar entre R$ 2 e R$ 2,20 garantiria competitividade à exportação

Preocupada com o impacto da valorização do real na competitividade do setor produtivo, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) prepara um pacote de propostas de mudanças nas áreas de câmbio e de tributos que a entidade pretende apresentar esta semana ao governo.

Na sexta-feira, o pacote ainda não estava fechado. Técnicos da entidade avaliavam o que pode ser aproveitado da experiência de outros países que, apesar de também manterem uma política de câmbio flutuante, decidiram adotar uma posição de intervenção compatível com esse regime, de modo a evitar uma valorização mais acentuada da moeda.

Na avaliação da Fiesp, o patamar de equilíbrio para o dólar oscilaria entre R$ 2 e R$ 2,20, valor que garantiria competitividade às exportações do País sem causar prejuízos aos importadores e investidores. Na sexta-feira, a moeda americana fechou em R$ 1,725.

"Vamos apresentar sugestões que para nós são bastante lógicas", comentou o presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Para ele, a queda de 30% na exportação de industrializados prevista para este ano tem mais a ver com a retração dos mercados diante da crise do que com o câmbio sobrevalorizado.

"Agora, quando a demanda global voltar a crescer, vamos enfrentar uma concorrência mundial acirrada e podemos perder muito, pois o real valorizado encarece artificialmente nossas exportações e barateia a importação de produtos estrangeiros, também artificialmente", disse Skaf. Para, o consumo mundial já dá sinais de recuperação (leia texto ao lado).

A entidade fez um levantamento sobre como os problemas de câmbio e impostos afetam a competitividade dos vários segmentos da indústria. "Fizemos um trabalho quase científico, porque o Brasil precisa de menos palpite e mais propostas", disse o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca. "Não adianta só reclamar que o câmbio está valorizado, porque isso todo mundo está careca de saber. É preciso apresentar propostas viáveis para resolver o problema".

O executivo não concorda com os argumentos de que não haveria o que fazer porque o câmbio é flutuante. "Ora, meu Deus do céu, em vários países o câmbio flutuante está sendo monitorado, influenciado por outras forças não necessariamente de mercado, mas de intervenções aceitáveis, compatíveis com o regime flutuante, que podem de certa forma influenciar na formação da taxa de câmbio."

A liberação do crédito tributário de exportação é uma das propostas que deve ser apresentadas pela Fiesp. Os impostos mais críticos para o exportador em termos de retenção e necessidade de ressarcimento são o PIS/Cofins, pelo lado da cumulatividade, e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), pela "postura até inconstitucional dos Estados de não reconhecerem os créditos", frisou Giannetti da Fonseca. Somente em crédito de PIS/Cofins, ele estima que os exportadores têm a receber R$ 20 bilhões. Os créditos do ICMS somariam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões.

"É inaceitável que o governo retenha créditos tributários de exportação como se fosse um depósito compulsório para se financiar. Não é um assunto simples de se resolver, principalmente porque os Estados estão numa situação financeira muito justa e não teriam condições de pagar. Contudo, estamos desenvolvendo uma engenharia financeira muito criativa capaz de resolver o problema."

DUMPING CAMBIAL

Além de propostas ao governo, a Fiesp quer promover uma discussão internacional com federações de indústria de outros países sobre a política chinesa de manter sua moeda artificialmente desvalorizada. "A China pratica dumping cambial, ao intervir no câmbio para conquistar mercados e destruir empregos em praticamente todos os países", disse Giannetti da Fonseca.

Ele propõe que a Organização Mundial do Comércio (OMC) imponha uma salvaguarda específica, que cada país poderia adotar ou não, de 25% de imposto sobre todos os produtos chineses. "Caso contrário, ninguém vai conseguir concorrer com os chineses no mundo."

Para o diretor da Fiesp, o assunto deve ser levado à discussão internacional pelas organizações privadas que sofrem na carne a concorrência desleal chinesa, "para que a OMC acorde e imponha disciplina nas práticas de comércio mundial".

Fonte: Jornal Estado de São Paulo - SP

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08/12/2009

Produtores rurais se juntam ao coro de queixas contra o real forte

Com a valorização da moeda, setor experimenta a queda da remuneração; preços das exportações caíram 11% em relação a setembro de 2008

São Paulo - O câmbio deixou de ser um problema apenas da indústria e os produtores rurais se juntaram ao coro de reclamações contra o real forte. Sem a ajuda dos preços internacionais recordes de antes da crise, a valorização da moeda prejudica a rentabilidade das exportações agrícolas. Depois de três anos de bonança, o setor agropecuário experimenta queda da remuneração em moeda local. Os preços em reais das exportações agrícolas cederam 14,5% entre junho e setembro, diz o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Em relação a setembro de 2008, antes da crise, a queda é de 11%.

O câmbio anulou os ganhos da recente recuperação das commodities, que voltaram a subir com o início da retomada da economia global. Enquanto os preços em dólares das exportações agrícolas avançaram 6,3% no terceiro trimestre, o real se valorizou 19,6% em relação as moedas dos principais parceiros do agronegócio.

Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que, se o câmbio ceder abaixo de R$ 1,60, muitos setores agrícolas ""ficam no vermelho"". O câmbio limite, que zera a margem de lucro, está, por exemplo, em R$ 1,71 para os exportadores de frango. ""Se o agronegócio, que é a menina dos olhos, está nessa situação, imagine o resto"", disse o diretor de comércio exterior da Fiesp, Roberto Giannetti da Fonseca. O setor agrícola garante o superávit da balança comercial.

O impacto do real forte na agricultura é bem menos danoso que na indústria. Cálculo preliminar da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) aponta que a rentabilidade das exportações da agricultura e da pecuária caiu 24% em outubro ante outubro de 2008 e voltou para o patamar do início do ano passado. A rentabilidade das vendas externas da indústria amarga o pior desempenho desde 1985. ""No curto prazo, o prejuízo é razoável, mas a agricultura só perdeu os ganhos excepcionais da véspera da crise"", disse o economista da Funcex, Fernando Ribeiro.

O setor agrícola só começou a sentir o peso do câmbio no terceiro trimestre. Quando a crise explodiu, as commodities caíram, mas o real se desvalorizou. Antes da turbulência, o câmbio estava num patamar parecido com o atual, mas os preços dos alimentos viviam uma bolha. Entre setembro de 2007 e setembro de 2008, os preços externos das exportações agrícolas subiram 33%, e, apesar da alta de 11% do real, os produtores tiveram ganho de 18,4% em reais. ""Os preços estavam nas nuvens, o que corrige qualquer câmbio"", disse o presidente da Itambé, Jacques Gontijo.

Para o economista-chefe da RC Consultores, Fábio Silveira, o problema é a queda na renda do agricultor. Para a consultoria, os produtores de grãos perderam US$ 10 bilhões este ano comparado com 2008. Mas ainda não há previsão de redução de safra ou de exportação. (AE)


Fonte: Folha de Londrina

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08/12/2009

Empresas adiam projetos de expansão 07/12/2009 - 8h55

Com a queda dos preços das commodities e a valorização do real, as empresas ligadas ao agronegócio adiaram os investimentos. Frigoríficos e laticínios aguardam uma recuperação mais consistente das cotações internacionais para desengavetar os projetos.

A Cooperativa Central Oeste Catarinense Aurora paralisou a construção de duas plantas de abate de aves em Canoinhas (SC) e em Carazinho (RS). O investimento nas fábricas somava R$ 800 milhões. "Ainda não temos cronograma para retomar", disse o vice-presidente da Aurora, Neivor Canton.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne de Frango (Abef), Francisco Turra, a empresa está longe de ser um caso isolado. "Tudo parou este ano." Nos últimos oito anos, a produção de carne de frango cresceu, em média, 11% ao ano. Em 2009, produção e exportação devem ficar estáveis.

O setor de carnes é o que sofre com a valorização do real, porque os preços tiveram recuperação menos expressiva que os demais produtos agrícolas. "Quanto mais nobre o alimento, mais sensível à queda de renda provocada pela crise", explicou o diretor da consultoria MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros.

Ainda existe excesso de oferta no mercado, porque não houve ajuste de produção compatível com a queda de consumo, principalmente nos Estados Unidos. "Começamos a forçar um pouco a venda no mercado interno, que tem sido mais previsível, mas ainda temos que disciplinar a oferta", disse Canton.

Na carne bovina, o câmbio está provocando perda de competitividade do Brasil em relação aos principais concorrentes. O real forte levou a arroba do boi gordo brasileiro para US$ 43 em novembro - patamar parecido com os US$ 41,5 da Austrália, e superior aos US$ 25 da Argentina e aos US$ 34 do Uruguai, conforme levantamento da MB. O preço histórico da arroba do boi gordo brasileiro varia entre US$ 25 e US$ 30.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Carne Bovina (Abiec), Roberto Giannetti da Fonseca, os frigoríficos estão deslocando parte da exportação para o mercado interno, principalmente de cortes nobres, que são consumidos em países ricos, afetados pela crise. A movimentação derrubou os preços do filé mignon e da picanha no mercado brasileiro.

O laticínio mineiro Itambé também adiou a duplicação da fábrica de Uberlândia, que é voltada a produção de leite em pó para a exportação. "Ainda está paralisado, mas podemos retomar o projeto no ano que vem, dependendo do nível do câmbio", disse Jacques Gontijo, presidente da empresa.

A Itambé, que tinha interrompido os embarques para o exterior, prepara-se para retomar as exportações de leite em pó, por causa da recuperação do preço do produto no mercado internacional, que começou em setembro. "Com o preço atual e o câmbio a R$ 1,7, já temos alguns negócios fechados, que devemos embarcar no fim do mês", disse Gontijo. Ele afirmou que a exportação pode se tornar complicada se o dólar bater em R$ 1,60.

Conforme Mendonça de Barros, o impacto do câmbio na agricultura brasileira está variando bastante conforme o setor e a região do País. O açúcar é a grande exceção, porque graças à "recuperação violenta" dos preços, provocada por problemas climáticos na Índia, não percebe o efeito do real forte.

Os produtores de suco de laranja estão entre os mais prejudicados. A crise reduziu consumo de suco nos Estados Unidos e na Europa, os preços despencaram, e a citricultura brasileira teve seu pior ano da última década. O setor não tem a opção de desviar produto para o mercado interno, porque exporta 97% da produção. Nas últimas semanas, o preço começou a se recuperar. "Agora a gritaria é com o câmbio", disse o presidente da Associação Nacional de Exportadores de Sucos Cítricos (Citrus BR), Christian Lohbauer.

No setor de soja, os agricultores do Mato Grosso estão no zero a zero, enquanto os produtores paranaenses mantém lucro. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Glauber Silveira, explica que a valorização do real tem impacto direto no custo do frete, que representa mais de 42% do preço da soja.


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08/12/2009

Contas públicas afetam exportações

dez 7, 2009

A “bolha” de interesse pelo Brasil, apontada pelo economista prêmio Nobel Paul Krugman, promete permanecer inflada por muito tempo. A expectativa de continuidade no crescimento econômico traz previsões de investimentos estrangeiros em torno de US$ 35 bilhões no ano que vem, a exploração do petróleo das camadas pré-sal promete atrair ainda mais recursos do exterior. Tudo isso garante aos exportadores a desagradável certeza de que a tendência do dólar é seguir desvalorizado. Por isso, já se discutem no setor privado alternativas à desvalorização do real, para evitar o progressivo colapso das vendas ao exterior.

Os empresários, apesar das previsões, ainda não abandonaram a discussão sobre a necessidade de valorização do dólar. A Fiesp, segundo seu diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior, Roberto Gianetti, apresentou ao governo e fará campanha por uma coleção de medidas destinadas a segurar a enchente de moeda estrangeira que ameaça afogar o mercado brasileiro.

“Não voltaremos ao patamar anterior, mas dá para chegar ao dólar a R$ 2,10″, acredita. É um esforço heroico, mas é disseminada entre os especialistas a certeza de que a sobrevivência das exportações brasileiras não pode se fiar na esperança de melhora no câmbio e depende do aumento da competitividade do país. Há medidas importantes para isso, presas na mão do governo. Uma delas é a devolução dos impostos cobrados indevidamente na exportação, dinheiro que daria fôlego aos empresários para se manter à tona em um mercado tormentoso.

É velho dito no comércio exterior brasileiro a reclamação contra a exportação de impostos. Imposto, por definição, não se cobra das exportações. Há países que, pelo contrário, pagam um “reintegro” para compensar exportadores pelos tributos colhidos em sua cadeia de produção. Tributam-se, no máximo, os lucros dos exportadores, que, se forem obrigados a repassar aos consumidores lá fora toda mordida fiscal dos governos locais, passarão a competir em desvantagem. Essa discussão voltou às conversas entre setor privado e governo, no Comitê de Aceleração do Crescimento (novo batismo do Comitê de Acompanhamento da Crise, criado no ano passado).

Pelos cálculos da Fiesp, podem chegar a R$ 20 bilhões os tributos cobrados indevidamente dos exportadores, como PIS e Cofins, e não devolvidos. Nos Estados, a gula do fisco já acumula em torno de R$ 40 bilhões cobrados indevidamente, sem devolução. O cálculo é endossado pela secretária-executiva da Câmara de Comércio Exterior, Lytha Espíndola, mas é assunto tabu no Ministério da Fazenda, onde as autoridades, em conversas informais, alegam que as preocupações com a queda de arrecadação não abrem espaço para qualquer medida que toque em impostos.

O governo federal não está sozinho na sabotagem tributária às exportações. A discussão sobre os problemas fiscais brasilieiros falha ao concentrar-se nas mazelas da administração dos cofres federais. Em seminário recente da Fiesp, Gianetti pode mostrar que, nos cinco anos entre 2003 e o ano passado, as exportações cresceram apenas 41%, enquanto a arrecadação do IPI e do PIS/Cofins cresceu 95.4%. Nesse mesmo período, a arrecadação do ICMS, estadual, aumentou 84,1%. O vigor do mercado interno responde por parte desse descompasso, claro, mas ele mostra também que o crescimento da produção tributável excede o crescimento das exportações, indício da fome irracional de impostos sobre as vendas ao exterior.

Enquanto isso, competidores do Brasil no cada vez mais agressivo mercado externo azeitam mecanismos ágeis de compensação de impostos. A China devolve a seus produtores 17% dos impostos cobrados na produção, a Índia, 16%, e a vizinha Argentina, 6%, segundo dados da Organização Mundial do Comércio. Por isso, pesquisa da Fiesp com empresas, associações e sindicatos empresariais constatou que 28% consideram problema grave a acumulação de créditos tributários na esfera federal e 29% classificam o problema como “muito grave”.

No caso do ICMS, é problema grave para 20% e “muito grave” para 44%. O ICMS concentra o acúmulo de créditos não pagos para 53% das empresas. Na maioria (57%), são créditos de pequeno valor, abaixo de R$ 1 milhão, mas os tributos são um peso considerável, entre 10% a 20% para 26% das empresas e entre 20% e 40% para 36% das firmas. Ao apontarem os custos tributários que mais dificultam um preço de exportação mais competitivo (podendo apontar mais de um tributo), 57% das empresas citaram os encargos trabalhistas, 46%, o ICMS e 33% o PIS/Cofins.

O tema foi levado à Comissão de Aceleração do Crescimento pela Confederação Nacional da Indústria, que preparou um estudo sobre o peso dos impostos na exportação e sugere um leque de medidas para eliminar a tributação sobre as vendas externa. “Não é benesse, não é subsídio: a desoneração fiscal das exportações é prevista na Constituição”, defende o gerente-executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco, que coordena o estudo sobre as medidas necessárias para evitar o indevido peso dos tributos sobre as exportações. A CNI sugere mudanças nas normas da Receita para permitir a informatização dos registros de crédito tributário e sua compensação imediata, com a possibilidade de transferência a terceiros dos valores cobrados indevidamente na exportação.

A discussão sobre tributos excessivos – um debate curioso, por acontecer enquanto os competidores do Brasil são criticados por dar estímulos fiscais às vendas externas de sua indústria – é apenas um ponto da necessária agenda de competitividade do Brasil. Ainda que a ação contra a excessiva valorização do real seja uma necessidade indiscutível, como ressalta Roberto Gianetti, o sequestro do potencial exportador brasileiro por cofres federais e estaduais sedentos de caixa é uma anomalia, a ser banida do cenário econômico, em qualquer discussão racional sobre o futuro do Brasil, com ou sem “bolha” financeira internacional.


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03/12/2009

Indústria brasileira direciona foco para mercado interno

Atentas para a boa maré do mercado doméstico, impulsionado pelo aumento da renda, do emprego e do crédito, as indústrias decidiram redirecionar o foco dos negócios para os clientes locais. Com isso, escapam do real valorizado que atrapalha as exportações e da demanda externa ainda ressentida da crise financeira internacional.

"Várias indústrias estão redirecionando a produção antes exportada para o mercado doméstico, quando é possível", diz o diretor de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca.

A fabricante de aviões Embraer vai mais que dobrar neste ano a participação das vendas domésticas no faturamento. Em 2008, o mercado interno respondeu por 4% da receita de US$ 6,3 bilhões. Este ano, a fatia das vendas domésticas será de cerca de 10% de um faturamento projetado de US$ 5,5 bilhões. "Venda para o mercado interno de US$ 530 milhões é a maior cifra nominal da história da empresa", afirma o vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores, Luiz Carlos Aguiar. O executivo frisa que 90% das vendas são para o exterior, mas que as vendas de aeronaves para dois novos clientes, as companhias aéreas Azul e Trip, deram uma injeção de ânimo na empresa.

O Grupo Orsa, que atua em celulose, embalagens e madeira, começou a sentir a recuperação do mercado interno em setembro. "O mercado interno recuperou com vigor. Nossa fábrica de embalagens está operando no limite da capacidade instalada", diz Sérgio Amoroso, presidente do Grupo Orsa. Ele conta que o setor de papelão ondulado, um dos termômetros da atividade econômica, cresceu 8% em volume em outubro, comparado ao mesmo período de 2008. "O segmento está batendo recordes de volumes, o que mostra uma demanda aquecida em todos os setores, de alimentos a eletrodomésticos", diz o empresário. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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02/12/2009

Negócio da China, por enquanto, pra China...

China avança como maior comprador do país

Apesar de país ter se consolidado como maior destino de produtos brasileiros, há problemas em negociações comerciais e diplomáticas

Empresários cobram do governo maior prioridade nas negociações com o país; representação na China é menor que a de outras nações

RAUL JUSTE LORES
DE PEQUIM

A China se firmou entre janeiro e outubro como o maior destino de exportações brasileiras, em US$ 17,7 bilhões, deixando bem para trás parceiros comerciais mais tradicionais, como os Estados Unidos (US$ 12,8 bilhões) e a Argentina (US$ 9,5 bilhões).
Para vários empresários e diplomatas ouvidos pela Folha, o boom exportador esconde uma negociação comercial e diplomática que se arrasta.
Mais de 90% das exportações brasileiras para a China são matérias-primas: soja, ferro e derivados. Desde 2004, negocia-se, sem sucesso, a exportação de carne bovina e suína brasileira para a China; uma venda de 40 aviões da Embraer para os asiáticos também está congelada, assim como de outros setores de manufaturas.
No início deste mês, foi cancelada uma missão de representantes de 60 grandes empresas chinesas e 12 ministros por falta de agenda. Segundo vários diplomatas, uma semana antes da missão ainda não se sabia quem receberia os chineses em Brasília, pela indisponibilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do vice, José de Alencar.
A Comissão Sino-Brasileira de Cooperação, criada em 2004 por Lula e pelo seu colega Hu Jintao, só se reuniu duas vezes nos últimos cinco anos. O próximo encontro só acontece no ano que vem.
"Não dá para não priorizar a China, a economia que mais cresce entre as grandes, o Brasil precisa desse mercado", diz Roberto Giannetti da Fonseca, presidente da Abiec (Associação Brasileira dos Exportadores de Carne).
"Os Brics [grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia e China] não são prioridade do Itamaraty? A China precisa ser prioridade de ministros e do presidente da Republica", diz Pedro Camargo Neto, da associação de exportadores de suínos.
Os Estados Unidos exportaram US$ 560 milhões de carne suína no ano passado para a China, ou cerca de 300 mil toneladas. O Brasil exporta para todo o mundo cerca de 600 mil toneladas ao ano, o que mostra o tamanho do mercado chinês.

Representação pequena
Na embaixada americana em Pequim, há 23 diplomatas e técnicos cuidando do setor agrícola. Na embaixada brasileira, não existe adido agrícola, apesar de o tema ser discutido há sete anos.
A Argentina tem um adido agrícola com três intérpretes chinês/espanhol (mais que todos os intérpretes chinês/português de toda embaixada brasileira).
O Brasil vem tentando reforçar a sua presença na China nos últimos anos. Vários ministros têm visitado o país, e a Apex, agência de promoção comercial do Ministério do Desenvolvimento, abriu um escritório em Pequim.
Mas ainda é pouco, comparado a vários países. O Brasil ensaia a abertura de um consulado em Guangzhou, a antiga Cantão, há cinco anos. Terceira maior cidade da China, é sede da maior feira comercial do mundo e já abriga consulados-gerais de 33 países. O México já tem o seu, e a Argentina deve abrir um nos próximos meses.
A embaixada brasileira tem dez diplomatas -a da Austrália tem 50, a do Reino Unido, 160, e a dos Estados Unidos, 220. As embaixadas brasileiras em Roma e Paris têm mais diplomatas que em Pequim, que ainda é considerada "posto C", a terceira categoria em importância, no ranking do Itamaraty.
"Precisamos saber negociar. Há práticas desleais como a manipulação da moeda, que se desvalorizou em 25% diante do real no último ano, além de práticas trabalhistas e ambientais que lhes dão vantagens", diz Giannetti, da Abiec.
"Os chineses não são nada fáceis, mas diplomata precisa aprender a engolir sapo chinês, pois é o nosso principal destino de exportações", afirma Camargo.
Apenas 39 empresas brasileiras estão instaladas na China, em sua maioria, com pequenos escritórios de representação.


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21/07/2009

Viúva Perdultria e Caloteira


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20/06/2009

A carne sem pecado ambiental


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20/02/2006

O câmbio em debate


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28/03/2005

Artigo publicado no OESP - Quando o Barato Sai Caro


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05/03/2005

O Brasil e sua imagem no exterior


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